quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ausências

Nos intervalos do respirar
Acento particulas de sonhos por realizar
Num tempo que o relógio desconhece
Permito-me criar diálogos na certeza de que ilusões não existem
Ainda assim tenho o poder de manipular personagens apaixonar-me e odiá-las
Existe em mim a necessidade absoluta de não terminar uma frase em reticências
Nem simpatizar com pontos de interrogação
A vida é uma caixinha de chocolates
e eu sem poder saborea-los
Entende que me imponho limites
Barreiras
Construo muros ao invés de pontes
Que o espelho reflete o melhor que de mim conheço
E nele és ausência
Admirar de dentro para fora é uma ciência básica embora a capacidade de existência seja quase nula
Podes ver-me sorrir
Mas não cicaterizas as feridas
Podes escutar-me
Mas melodia não ouves
Podes em vão seguir os meus passos
Mas perdes-te na fraqueza
Um caminho uma vez iniciado nunca tem volta
Se a verdade emerge sempre
Porque não é a que almejo?
Já sei quem sou de olhos abertos
Reflexo nu no espelho do quarto
Agora quero ver quem pareces de olhos fechados

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